20 de abr de 2023

Envelhecimento ativo envolve mais do que a saúde (ou as doenças)

A Organização Mundial da Saúde adotou o termo “envelhecimento ativo” no fim dos anos 90 para transmitir uma mensagem mais abrangente do que “envelhecimento saudável”, reconhecendo que, além dos cuidados com a saúde em si, outros fatores afetam muito o modo como as pessoas envelhecem.

De acordo com este olhar, se quisermos que o envelhecimento seja uma experiência positiva, uma vida mais longa deve ser acompanhada de oportunidades contínuas de saúde, participação e segurança. Alguns conceitos são fundamentais para garantir este tripé:

Autonomia: habilidade de controlar, lidar e tomar decisões pessoais sobre como se deve viver diariamente, de acordo com suas próprias regras e preferências.

Independência: habilidade de executar funções relacionadas à vida diária – isto é, a capacidade de viver independentemente na comunidade com alguma ou nenhuma ajuda de outros.

Qualidade de vida: abrange a saúde física de uma pessoa, seu estado psicológico, seu nível de dependência, suas relações sociais, suas crenças e sua relação com as características do seu ambiente.

Expectativa de vida saudável: tempo de vida que as pessoas podem esperar viver sem incapacidades ou sem precisar de cuidados especiais.

O envelhecimento ativo é um processo contínuo e pode começar em qualquer idade, dependendo das condições de saúde e das circunstâncias individuais. Os idosos não constituem um grupo homogêneo e a diversidade entre os indivíduos costuma aumentar com a idade. Tal população, entretanto, apresenta particularidades já bem determinadas: maior prevalência de doenças crônicas, que geram mais custos; maiores fragilidades e menor disponibilidade de recursos sociais e financeiros.

Sendo assim, é possível listar algumas ações que uma pessoa idosa pode tomar para ter um envelhecimento ativo:

Manter um estilo de vida saudável: fazer exercícios regularmente, ter uma dieta saudável e equilibrada, evitar o consumo excessivo de álcool e não fumar.

Participar de atividades sociais e comunitárias: trabalho, voluntariado, participação em grupos de interesse ou prática de esportes.

Manter a mente ativa: leitura, aprendizagem de novas habilidades ou participação em jogos e atividades que estimulem o cérebro.

Buscar acompanhamento médico regular: importante para detectar e gerenciar quaisquer condições médicas precocemente, o que pode ajudar a prevenir problemas de saúde futuros.

Fazer atividades físicas: atividades como caminhadas, pilates, dança, hidroginástica, entre muitas outras, que podem ajudar a melhorar a saúde física e mental.

Manter contato com amigos e familiares: previne a solidão e o isolamento social.

Aprender a usar a tecnologia: ajuda a manter a conexão com amigos e familiares, bem como o acesso a serviços de saúde e outros recursos relevantes para a autonomia e independência.

Adaptar a casa e o ambiente: previne quedas e lesões, torna as atividades diárias mais fáceis e seguras e aumenta o bem-estar.

Garantir a segurança: proteção contra abuso, negligência e violência, bem como estabilidade financeira para garantir um envelhecimento digno.

Para além dos benefícios individuais, que são inúmeros, promover o envelhecimento ativo pode ajudar a mudar percepções negativas sobre essa fase da vida e a alcançar uma visão mais positiva e inclusiva da pessoa idosa na sociedade.

Fontes:

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf

https://www.scielo.br/j/reeusp/a/7jXtCFr9bc6BRBR3KZ9HpFS/?lang=pt

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