Estudos da especialista argentina em psicogerontologia, Graciela Zarebski, demonstram que a maioria das pessoas idosas estão no grupo dos mais impactados e dos mais resilientes dentro da cadeia de efeitos desencadeados pela pandemia. Pessoas idosas são grupo de risco para infecção pela covid-19, mas é essa mesma população que tem demonstrado mais resiliência perante a pandemia da Covid 19.
Uma observação bastante positiva tem sido um certo equilíbrio emocional frente às consequências psicológicas do isolamento. Outro fato é que este grupo de indivíduos apresenta um grande comprometimento com as recomendações sobre o isolamento e a prática de medidas de segurança. A reserva humana (emocional, coletiva, espiritual, corporal) acumulada ao longo da vida, os tornaram mais resilientes e mais flexíveis para lidar com as mudanças e adaptações.
Ressaltamos que o período da velhice é diferente para cada pessoa. Nem todas as pessoas idosas demonstram a mesma força de vontade ou conseguiram transformar as experiências da vida em aprendizados que possam ser usados como medidas de enfrentamento de problemas. Mas vale a reflexão, pois a força está dentro de cada um. Olhar para trás e se apoiar nos seus próprios exemplos de superação pode ser um bom caminho.
Manter-se ativo é uma receita para superar o tempo durante o confinamento. As redes sociais registram inúmeras histórias de como as pessoas mais velhas enfrentam esse período, principalmente aqueles que descobriram ou melhoraram seu relacionamento com a tecnologia. Mas o bom e velho telefone ainda funciona bem para manter a conversa em dia. Retomar ou continuar atividades manuais, como bordado e pintura, dedicar um tempo para leituras e não se esquecer da atividade física, também são boas dicas.
Para os mais jovens, é uma ótima oportunidade: aprender com as pessoas mais velhas e descobrir como cada um, na sua singularidade, tem passado por esse momento.
Comments